Retinoblastoma - Câncer ocular mais comum em crianças
- cmaestri10
- 16 de jun. de 2022
- 2 min de leitura

Embora raro, o retinoblastoma está na lista dos tumores de alta malignidade, portanto
é meu dever como oftalmologista, esclarecer um pouco sobre o assunto.
O retinoblastoma é o câncer intra ocular mais comum em crianças entre zero e três
anos de idade, tem 60 a 75% como causa a sua esporadicidade, onde uma célula
sofre mutação e começa a se multiplicar descontroladamente. Os demais casos,
resultam de fator genético, onde ocorre a mutação no gene supressor de tumor
chamado RB1, presente em todas células do corpo ( inclusive nos óvulos e
espermatozoides), o que faz com que pais que tiveram retinoblastoma tenham 50 %
de chance de terem filhos com o mesmo tumor, segundo publicação do hospital do
câncer A.C.Camargo.
Seu aparecimento responde por 3% dos canceres infantis e acomete 1 em 15 mil
crianças com mais de 1 ano e 1 em 18mil dos nascidos vivos 1-2.
O retinoblastoma, chamado assim por acometer a parte posterior do olho, a retina, é
conhecido também por causar o “olho de gato” ao desenvolver uma área branca e
opaca nas pupilas(“meninas dos olhos”) causada pela reflexão da luz no tumor.
Ele pode ocorrer em um ou em ambos os olhos, muito embora o bilateral quase
sempre seja hereditário e costuma ser diagnosticado mais cedo.
Inicialmente apresenta pouco ou nenhum sintoma o que torna maior a importância de
se fazer exame nos olhos das crianças menores. Vários exames podem confirmar seu
diagnóstico, entre eles estão exame de fundo de olho ou o mapeamento de retina,
ultrassonografia ocular, biomicroscopia de fundus dos olhos, tomografia e ressonância
magnética das órbitas e do cérebro.
A boa notícia é que 9 em cada 10 crianças com retinoblastoma, quando buscam
centros especializados, são curadas. O objetivo do tratamento é curar o câncer e
preservar a vida da criança. O tratamento varia desde a retirada do olho (enucleação),
laser terapia ou crioterapia juntamente com a quimioterapia e/ou radioterapia.
Vale ressaltar que o diagnóstico precoce permanece como melhor ferramenta para
cura.
Claudia Maestri
M.D.PhD em oftalmologia
Referencias:
Moll AC, Kuik DJ, Bouter LM, et al. Incidence and survival of retinoblastoma in The Netherlands: a register based study 1862-1995. Br J Ophthalmol. 1997;81:559-562.
Krishna SM, Yu GP, Finger PT. The effect of race on the incidence of retinoblastoma. J Pediatr Ophthalmol Strabismus. 2009;46:288-293.
P-R Rothschild, D Lévy, A Savignoni,L Lumbroso-Le Rouic et all Familial retinoblastoma: fundus screening schedule impact and guideline proposal. A retrospective study; Eyer journal volume 25, pages 1555–1561 (2011)
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